domingo, 20 de outubro de 2013

Meu artigo

Saiu meu artigo http://sites.paulofreire.org/revistaunifreire/105/Curso de Especialização Lato Senso "Currículo e Prática Docente" - Revista Científica
O meu é Construção da prática curricular: a Lei 10.639/03 e o cotidiano escolar
Luciana Leme Borin..
Boa leitura!

sábado, 30 de março de 2013

Resenha A Escola e o Conhecimento: Fundamentos Epistemológicos e Políticos CORTELLA, Mário Sérgio.

RESENHA: A Escola e o Conhecimento: Fundamentos Epistemológicos e Políticos Por: Luciana Leme Borin CORTELLA, Mário Sérgio. A Escola e o Conhecimento: Fundamentos Epistemológicos e Políticos São Paulo/Mario Sergio Cortella. Cortez: Instituto Paulo Freire. 14. ed., 2011. 159 páginas O autor do livro é Mario Sergio Cortella, educador que possui graduação em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira (1975), Mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1989), sob a orientação do Prof. Dr. Moacir Gadotti, e Doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997), sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Freire. A obra é narrada na ótica do autor que relata questão educacional, e sua eterna "crise", em um panorama amplo, marcado, principalmente, pela injustiça social resultante de um eficaz projeto de dominação, elaborado e executado por uma minoria gerando, em contraposição, uma massa de excluído. Cortella adverte para a repetição, no microuniverso da escola e dos equívocos cometidos ao sermos levados pelo drama que nos envolve: perdemos o verdadeiro sentido de nosso trabalho e desprezamos nossa capacidade de transformar a situação que nos oprime. O livro é composto por cinco partes muito importantes para a compreensão da sua obra no todo, no primeiro capítulo traz como tema: Humanidade, cultura e conhecimento; no segundo: Conhecimento e verdade: a matriz da noção de descoberta; no terceiro: A escola e a construção do Conhecimento; no quarto: Conhecimento escolar: epistemologia e política e por fim ele conclui a sua obra com um quinto capítulo: Conhecimento, ética e ecologia. Introdução: Existência da crise Educacional, principalmente no ano de 1964 pela falta de implantar a justiça social com a produção capitalista industrial que faz reduzir o investimento público na saúde e educação. A única solução para essa crise é a democracia do conhecimento. A mesma é efetivada a compreensão e fortalecimento do cidadão na busca da transformação social. Capítulo I: Humanidade, cultura e conhecimento. O conhecimento é algo pronto, transcendental e estático onde existe um jogo político econômico que atrapalha a educação pela desigualdade de atingir avanço. Por isso o profissional que trabalha com a educação, antes de tudo, ele trabalho com uma ferramenta chamada conhecimento, que será o objeto principal de nossas atividades. Portanto, não podemos olhar para este objeto apenas com um olhar cientifico. E como diferenciar esta visão? Observação do conhecimento que é produzido no dia-a-dia no interior da escola. Neste sentido o conhecimento é inerente da existência humana e o papel da educação é não deixar que o indivíduo fique alienado, mas sinta prazer em conhecer que ele faz parte da democracia e é o construtor da mesma. Capítulo II: Conhecimento e verdade: a matriz da noção de descoberta É falado sobre a civilização grega na produção de conhecimento, que possibilita a reflexão sobre a construção da ideia como "descoberta", e sobre a origem da escola dissociada da prática produtiva, pois é fruto do ócio (tempo livre) e riqueza da aristocracia. Sendo assim, a vivência e os conhecimentos adquiridos na escola/ ócio possibilitavam o domínio da arte de falar e argumentar bem, e esse eram um fator decisivo nas assembleias e nos debates políticos, definindo, portanto, com quem ficava o poder Conhecimento e verdade é uma noção a descoberta da reflexão da verdade, pois a verdade que se integra na teoria do conhecimento é muito mais complexa. Na articulação do epistemológico e político que demonstra a ideia de verdade. Conhecimento é diferente de pronto e acabado, porque a concepção da mesma se origina na civilização grega que era rodeado das práticas pedagógicas cujo cuidado de conceituar de forma muito clara o que é de onde vem, e como chegar ao conhecimento, que é uma ferramenta de suma importância para o conhecimento. Por isso o educador tem que traçar um acompanhamento histórico e filosófico para tal finalidade, passando por filósofos importantes como Sócrates e Platão para refletir na percepção dos seus educando se sentirem construtores do seu próprio conhecimento e perceberem que as verdades construídas na história, sociedade e cultura são resultados de análise e reflexão. Capítulo III: A escola e a construção do Conhecimento Para o autor, muitas vezes, o Conhecimento é entendido como algo acabado, pronto, encerrado em si mesmo, sem conexão com sua produção histórica. Quando um educador nega aos alunos a compreensão das condições culturais históricas e sociais da produção do conhecimento, termina por reforçar a mitificação e a sensação de perplexidade, impotência e incapacidade cognitiva. Essa é razão básica pela qual o ensino do conhecimento científico precisa reservar um lugar para falar sobre o erro; o conhecimento é resultado de processo e este não está isento de equívocos, isto é, não fica imune aos embaraços que o próprio ato de investigar a realidade acarreta. Errar é decorrência da busca e, pelo óbvio, só quem não busca não erra. Um dos fatores básicos do trabalho pedagógico e entendermos que não há conhecimento significativo sem pré-ocupação. Quando Cortella coloca que a Escola é o local do conhecimento, subentende que ele está querendo nos deixar bem claro que a experiência vivida por cada educador acontece no campo prática vivenciada, no seu livro Pedagogia da autonomia de Paulo Freire coloca que não pode existir docente sem discente, ou seja, todo professor sempre será um eterno aluno. Capítulo IV: Conhecimento escolar: epistemologia e política É comentado que as questões de concepções sobre relação escola e sociedade têm alterações nas doses de otimismo, pessimismo, ingenuidade e criticidade. É destacado um alerta contra o pedagocídio finalizando uma perspectiva com uma educação da Liberdade da convivência igualitária. Capítulo V: Conhecimento, ética e ecologia. Destaca o que denomina otimismo definindo-a como natureza contraditória das instituições sociais. Em outras palavras é um paralelo muito interessante acerca da ética dentro do processo da construção do conhecimento, quando falamos em ética logo nos vem à mente um sistema de regras do que podemos e não podemos fazer sobre as nossas escolhas. Faz reflexão em torno das urgências que temos atualmente da dificuldade em impedir o biocídio, colocando o Conhecimento como forma de ética de não apequenar a Vida. Guisa conclusiva Nosso país está em pleno desenvolvimento, e, mesmo tentando evoluir-se num desenvolvimento sustentável mostrado em propagandas visuais e tecnológicas, não está conseguindo um desenvolvimento de ordem progressiva, e sim, um desenvolvimento em prol da miséria, da injustiça social, do analfabetismo, do crime, da violência, da corrupção e das doenças que, diariamente, matam crianças, jovens e idosos. A política econômica, na sua prática, visa apenas em economizam mão-de-obra. Resultado: desemprego e crise. A educação como geradora e portadora da transmissão do conhecimento, se transforma na principal chave de mudança. Concordo com o professor Mario Sergio Cortella quando relata que o professor assume um papel muito importante neste processo, pois constrói e conduz o fazer pedagógico de maneira que atenda as necessidades do sujeito. No fazer docente acredito que deve prevalecer a visão humanística, se assim posso dizer, onde a relação professor-aluno seja a base para o desenvolvimento cognitivo e psíquico em sala de aula dando oportunidade ao educando ser crítico social consciente de suas ações e escolhas sociais. Comparo quando Cortella diz que perdemos o verdadeiro sentido de nosso trabalho e desprezamos nossa capacidade de transformar a situação que nos oprime com a música “Vem vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora não espera acontecer” de Geraldo Vandré que foi um protesto ao golpe militar que considero um marco importantíssimo da História do país. O professor precisa assumir e requerer sua missão escolhida diante a docência em possuir metas e objetivos no que pretende ensinar, mas não se pode perder de vista, um segundo sequer, para quem se está ensinando e é disso que decorre o como realizar. Libertar as visões dos contextos sociais dos alunos que são viciados e acomodados ao conhecimento que possuem. É importante encontrar novos conhecimentos e ver o mundo de forma muito diferente. Um novo local onde os conflitos se tornam mais evidentes, mas onde há também a possibilidade de experimentar verdadeiramente a plenitude da vida. Conjugar isso exige compromisso e responsabilidade do educador para com o aluno, tal ato vai conseguir um avanço na exigência da compreensão da pessoa no processo de ensinar e aprender, fazendo uma desconstrução daquilo que acreditamos e construir naquilo que sabemos diante a historicidade dos fatos, sendo ele cientifico, histórico ou cultural. Referencias: Este livro destina-se a professores, pais, alunos e educadores em geral, pois discute os processos educativos e formação de professores. É uma leitura fácil e reflexiva diante questão história/social/cultural da formação humana na relação com a educação reflexiva libertadora. Identificação: BORIN, Luciana Leme - EMEF “José Martiniano de Alencar” - Prefeitura do Município de Osasco, PEB-I, Efetivo em 2002, llemeborin@hotmail.com. Vamos agora identificar o IBEB de sua Escola? Brincar e recontar os Contos de Fadas.

Meu artigo em 2012 na pós graduação de Páticas Curriculares

Construção da prática curricular: a lei 10.639/03 e o cotidiano escolar Luciana Leme Borin Faculdade de Mauá (FAMA) Instituto Paulo Freire (UNIFREIRE) de São Paulo – SP, Brasil. Curso de Especialização: Currículo e Prática Docente Resumo: Este artigo se propõe a discutir e analisar como está sendo aplicada a proposta da Lei nº10. 639/03 numa escola de Ensino Fundamental do Município de Osasco. Por meio da análise dos trabalhos realizados dentro do espaço escolar o (a) educador(a) é convidado a (re)pensar no currículo e na sua prática cotidiana a questão etnicorracias. Palavra-chave: Prática Curricular, Escola e a Lei nº10. 639/03. Construction of curricular practice: the law 10.639/03 and the daily school Summary: This article is based on discussing and analyzing how they are being applied and exposed to the proposal of Law No. 10. 639 in a school of Education of the City of Osasco. The objective of this study was to observe and analyze the practice of broadcast jobs within the school inviting the teacher to (Re) thinking into the curriculum and daily practice of étnicorracial question. Keyword: Practice Course, School and Law No. Introdução O presente artigo, que tem como título gerador: “Construção da prática curricular: a lei 10.639/03”e o cotidiano escolar, irá observar as ações de uma determinada escola do Município de Osasco e as práticas dos educadores que se lançaram a trabalhar a questão da lei 10.639 durante o ano letivo de 2011 e 2012, desvelando ousadias e medos na discussão de um assunto tão importante, mas que muitos professores têm dificuldade em aplicar em suas aulas. O objetivo deste artigo é ajudar os(as) educadores(as) a aplicar ações pedagógicas do cumprimento da Lei nº 10.639/03, que alterou a LDBEN 9394/96 lhe acrescentado o Art. 26-A, que torna obrigatório o ensino da História e a Cultura Africana e Afro-brasileira nos conteúdos programáticos. Em entrevista com os familiares de uma determinada escola do Ensino Fundamental no Município de Osasco, foi percebida, nas fichas de identificação dos (as) alunos (as) e até mesmo de funcionários (as) e professores (as), a negação da identidade negra, da Afrodescendência. Compreendemos que essa dificuldade se dá por não compreenderam sua hereditariedade construída no início da colonização brasileira onde ocorreu a mistura de etnias gerando uma diversidade étnica e cultural. Vale ressaltar, ainda que os educadores sentem dificuldades em seu trabalho pedagógico em virtude de conflitos e dúvidas de como começar o processo de tecer a Lei 10.639 na prática do currículo escolar. Tendo em vista todas as dificuldades deste reconhecimento trabalhou-se um questionário metodológico com a pergunta em questão: “como construir uma prática curricular que considera e incorpore os princípios da lei 10.639/03?”. Assim buscou-se o questionamento de que a escola não está isolada e alheia às mudanças sociais. Nenhuma sociedade tem unidade cultural completa, tendo em vista que as culturas são construções que se transformam constantemente ao reinterpretar experiências novas. O que torna artificial a busca de uma essência ou de uma alma nacional, ou ainda a redução da cultura a um código de condutas (Kabengele Munanga, 2008). A proposição trazida pela lei convida todo educador a pensar e repensar o currículo como uma ferramenta capaz de contribuir para o ensino politizado das questões étnico-raciais, à medida que o entendemos como artefato que lida com questões de saber, do poder e de reconhecimento da sua própria identidade. Sobre isso declaram SILVA e BRANIM, p. 56. Nesse sentido, levar em conta a pluralidade cultural no âmbito da educação implica pensar formas de reconhecer, valorizar e incorporar as identidades plurais em políticas e práticas curriculares. Significa, ainda, refletir sobre mecanismos discriminatórios que tanto negam voz a diferentes identidades culturais, silenciando manifestações e conflitos culturais, bem como buscando homogeneíza-las numa perspectiva monoculturas. Com a promulgação da lei federal 10.639/03, as escolas passaram a trabalhar o “programa de resgate histórico e valorização das comunidades africanas”, em quase todas as escolas, mas que se foca no final do ano letivo, com exposições dos(as) alunos(as) no novembro negro. Acreditamos que esse trabalho deva ser realizado desde o começo do ano, fazendo parte do currículo escolar e do planejamento de todo corpo docente. Foi questionado entre os educadores da escola, o conflito de como seria a melhor forma de trabalhar a questão histórica cultural da matriz africana. Algumas indagações surgiram por parte de alguns professores no seu caminhar pedagógico: Conheço claramente a lei 10639/03? De onde devo partir? Será que estou preparado para trabalhar com este tema? Tenho as respostas adequadas para tirar as dúvidas de meus alunos? Qual a melhor metodologia para o trabalho com um tema tão importante? Qual o tratamento dado à questão da etnia na educação? Como incluir o grupo de professores da minha escola nesse debate? Para garantir uma qualidade da prática pedagógica foi trabalhada literatura infantil que envolve o tema da Africanidade. No entanto percebemos que alguns autores bem intencionados e pretensamente esvaziados de preconceitos produzem obras com um apuro técnico, formal e de linguagem quase perfeitos, todavia percebem-se inúmeros problemas, principalmente, com relação à dimensão sociocultural, ao protagonismo dos personagens negros, às ideologias e aos valores. Por isso, tivemos uma reflexão das posições dos livros didáticos que trabalhávamos e dos livros paradidáticos de leitura bimestral que fazíamos com os(as) alunos(as). Buscou-se então focalizar uma leitura conhecida socialmente para despertar nos discentes a descoberta de nossas origens de afrodescendentes e poder compreender a importância da participação da população negra na construção da história de nosso país. Com essa ótica será relatado o enfoque do trabalho das literaturas escolhidas pelos educadores e os caminhos que foram percorridos para o trabalho na busca da da afirmação da identidade africana dos(as) alunos(as) e alunas. Desenvolvimento No 1ºBimestre de 2012 foi trabalhado o livro menina bonita do laço de fita onde o existe o personagem do coelho como símbolo da páscoa e foi trabalhada a importância da a diversidade do respeito entre os(as) alunos(as) na diferença. Foi possível contar com a parceria e colaboração do professor de informática educacional explorando a gramática e interpretação do livro menina bonito do laço de fita no programa PowerPoint e com exibição do vídeo que ilustra a leitura com uma contadora de história, com a professora de Arte na elaboração de dobradura do coelho. Também o professor de Educação Física contribuiu nas brincadeiras com os (as) alunos (as) de “corrida da toca do coelho” e a professora de inglês ajudou na tradução dos símbolos de páscoa. “[...] um currículo multiculturalista crítico pode ajudar as educadoras a explorarem as maneiras pelas quais alunas e alunos são diferencialmente sujeitados às inscrições ideológicas e aos discursos de desejo multiplamente organizados, por meio de uma política de significação. (MCLAREN, 2000, p. 131)”. No 2º Bimestre foi trabalho as bonecas negras de retalho chamado “Abayomi” com a pesquisa do seu significado cultural afro e com a confecção das mesmas com ajuda dos familiares. Tivemos o momento de “provocação” na festa junina da escola, formando uma quadrilha afro junina, com cabelos Black Power na vestimenta “caipira” com total apoio da comunidade, pois tinham conhecimento do trabalho que estávamos realizando. Foi montada também uma barraca de artesanato afro, onde a arrecadação alcançada foi utilizada na construção de um canto da literatura afro. “A sala de aula pode ser um ponto de ruptura ideológica. Os indivíduos podem experimentar uma liberdade existencial na qual possam contestar a ideologia dominante e nomear suas próprias experiências. A pedagogia crítica afirma que, apesar dos efeitos insidiosos e controladores da cultura dominante, podemos tornar a sala de aula um espaço no qual haja atos genuínos de resistência intelectual às formas pelas quais nossos papéis, nossas vidas e nossas subjetividades são definidas e constituídas. (...) A sala de aula torna-se o local não simplesmente de uma apreensão individual da experiência de cada um (a), mas um local onde há uma reinterpretação coletiva de nosso mundo vivido. Shapiro (1993, p.107-108)”. Nos últimos bimestres foi trabalhado o Projeto de formação com a revista Ciência Hoje, oferecido pela Secretaria Municipal de Educação. Neste contexto os(as) alunos(as), com o ajuda do(a) professor(a), exploram os desafios científicos que a revista propunha e amarrou-se o projeto da lei 10.639 na localização do país africano Egito, onde havia alquimia do povo na arte de mumificar seus Faraós. Os (as) alunos (as) seguiram o passo a passo da revista mumificando um peixe e fizeram uma oficina com a participação dos pais em amostra na Festa da Escola Cidadã (FEC). Todo o trabalho realizado foi divulgado na revista Guia Prático dos Professores do Ensino Fundamental da editora Escala e foi apresentado no 2º Encontro Internacional da Educação de Osasco. A publicação ocorreu em maio de 2012 com o tema em destaque: ”Africanidade: projeto interdisciplinar leva as crianças a uma viagem histórica repleta de detalhes rumo ao Egito _ que muita gente nem sabe que fica na África”, pela repórter e escritora Morgana Gomes. Em 2012 prosseguiu-se o trabalho com a questão “CABELO”. Montou-se uma apresentação na sala de Informática Educacional com a “História do cabelo” com significado cultural religioso, social, e étnico-racial. Fizemos uma crítica da visão de beleza mundial onde o cabelo liso ainda é o ideal de muitas meninas e mulheres negras, e o crespo é visto como ‘problemático’, ‘ruim’, ‘inadequado’, necessitando de algum tipo de modificação para ser aceito socialmente. A importância desse debate está justamente em contrapor este tipo de pensamento, trabalhando com o público infantil a necessidade de valorizar o cabelo e a cultura negra, mostrando que há diferentes formas de beleza. Na escola observamos muitos casos de racismo, de preconceitos e discriminação, onde muitas vezes o profissional não consegue minimizar o problema por falta de experiência, de qualificação e, até mesmo, por incapacidade em lidar com a diversidade, pois ele fica perdido, sem saber como reagir em momentos em que exigem a sua intervenção para que o problema não se torne uma agressão mais séria. “Essa falta de preparo que, devemos considerar com reflexo do nosso mito de democracia racial compromete sem dúvida o objetivo fundamental de nossa missão, no processo de formação dos futuros cidadãos responsável de amanhã”. (MUNANGA 2008, p. 11). O livro escolhido nesta perspectiva foi “cabelo ruim?” de Nilma Gomes com o objetivo de levar os (as) alunos (as) a aceitar e gostar de si mesmos! Foi feita a pesquisa das tranças africanas e desfile de cabelo afro na escola, a fim de acabar com o preconceito e ajudar alunos negros a assumir a identidade africana. Neste processo foi comentado com os (as) alunos (as) que é “Bullyng” quando rotulamos o cabelo de uma pessoa negra de cabelo “ruim” ou “pixaim”. “Nessa perspectiva, consideramos importante assumirmos o desafio de trabalhar a tensão dialética entre universalismo e relativismo, entre igualdade e diferença. Não estaremos chamados a relativizar o universalismo, afirmando seu caráter histórico e dinâmico, e, ao mesmo tempo, a relativizar o relativismo, afirmando o seu caráter não absoluto, atento aos “meta-valores”, aos conteúdos transculturais, historicamente construídos. (Candau, 2000, p. 83)”. CONSIDERAÇÕES FINAIS O artigo teve como objetivo mostrar os desafios da escola atual em desenvolver um projeto político pedagógico que estabeleça uma visão real da práxis pedagógica em relação à diversidade cultural e ao trabalho com a lei 10.639/03. Apoiando em McLaren (2000), o projeto desenvolvido reflete sobre a questão do multiculturalismo crítico, onde a diferenças não têm um fim em si, mas situam-se num contexto de lutas por mudança social, contrapondo-se ao ideário neoliberal e à globalização econômica e cultural vigente, como expressões legítimas do modelo capitalista opressor. Foi observado que o educador sente certa insegurança quando tem que enfrentar experiência e ousar naquilo que acredita ser importante para um aprendizado mais consciente. Foi verificado que neste grupo foi superada a questão “medo de errar”, afinal o momento de diálogo e pesquisa entre professor (a) e aluno(a) é um aprendizado e se soubermos tirar proveito ganharemos uma bagagem pessoal, tanto para os(as) alunos(as) visualizarem que o(a) professor(a) é um ser humano e para o próprio professor(a) que aprende enquanto ensina. Sabemos que a escola é só o ponto de partida para que mudanças ocorram, porque os (as) alunos (as) que nela estudam poderão fazer a diferença fora da sala de aula, pois não serão apenas mais um, mas alguém capaz de ser critico e de defender com segurança seus pontos de vista. A base desta pesquisa é realmente reavaliar esta ousadia e ajudar o educador a ser um transformador sem medo e não ficar no comodismo tradicional das aulas, pois é ofertada pela própria legislação, oportunidades de criarmos projetos que ajudem os(as) alunos(as) a desenvolverem autonomia, autoconfiança e autoestima. Ao inserir no projeto pedagógico a lei 10. 639/03, reafirmamos que o ato de ensinar vai além da oferta de conteúdos ou de métodos rigorosos. É possível promover uma educação que, dentre outras práticas libertadoras, valorize a diversidade, permitindo aos alunos e alunas afro descentes, a construção da identidade negra e o pertencimento étnico da matriz africana. REFERÊNCIAS CANDAU, V. M. et al. Oficinas pedagógicas de direitos humanos. Rio de Janeiro: Vozes, 2000. FREIRE, Paulo. Medo e ousadia: cotidiano do professor. 5ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. MCLAREN, P. Multiculturalismo crítico. São Paulo: Cortez, 2000. MUNANGA, Kabengele (org.) Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental, 2008. SHAPIRO, Svi. O fim da esperança radical? O pós-modernismo e o desafio à pedagogia crítica. In: SILVA, T. T. da (Org.). Teoria educacional crítica em tempos pós-modernos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993, p.103-121. SILVA, Maria José Albuquerque da e BRANIM, Maria Rejane Lima. Multiculturalismo e educação: em defesa da diversidade cultural; SEMPRINI, 2008, p.53. SILVA, T.T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

Brincadeira Folclórica